7 de fevereiro de 2009


CLARISSA E REBECA
Amaro Vaz


Dormiu no parto aos dezessete anos
Não teve tempo, de amamentar a cria.
Deixou no quarto uma cama vazia
Onde o silêncio vai refazer os planos.

Não tem o verde das portas e janelas
Nenhuma luz. Nenhuma esperança
Dormiu a mãe. Dormiu tua criança
Dormiu o amanhã, nos braços delas.

Dormiu a vida. A morte traiçoeira
Levou o sonho, a tua vez primeira
De encher balões, brincar de boneca.

No teu castelo de sonhos esquecidos
Agora dorme o pai, entre os vestidos
Morreu Clarissa e não viveu Rebeca.

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