31 de janeiro de 2009


CIÚME
Amaro Vaz


Não me negue o direito de viver
A minha vida, minha liberdade
Desde os tempos da minha mocidade
Eu defendo, este meu jeito de ser.

Vivo às minhas expensas, sou assim
Não aceito limites, cadeados.
Se os rumos do amor foram mudados
Não aceito, que jogue a culpa em mim.

Quer me amar? Me permita ir e vir!
Só assim a sua falta, eu vou sentir
Só assim, constantemente, virei buscar:

Sua mão, que hora afaga, hora apedreja
Sua boca, que hora xinga, hora beija
Seu ciúme de morrer e de matar.

CHORO SOLITÁRIO
Amaro Vaz


Talvez eu chore, antes que a noite desça
Antes que o sol me traga o amanhecer
Antes que a vida faça acontecer
Alguma coisa, antes que escureça.

Talvez eu chore embora não mereça
Só quis brincar de amar, só quis viver
Só quis voar bem alto, arremeter
Mas, a realidade veio e disse: desça!

Às vezes somos simples sonhadores
E a vida uma centena de tratores
Que atropela, fere, mata a gente.

Azar o meu, voei com tanta gana
Que vou chorar sozinho em minha cama
Que dizem ser lugar bastante quente.

CEGUEIRA
Amaro Vaz


Qual um diabo em forma de gente
Foge de mim, como se eu fosse cruz.
Diz que meu beijo, já não lhe seduz
O meu abraço, já não é tão quente.

Vive na rua, quando em casa estou
Sempre me deixa, só com meus vazios.
Casa da mãe, casa da irmã, dos tios
Um dia inteirinho, a infeliz voou.

O tanque cheio de roupas, pra lavar
A mesa cheia de roupas, pra passar
E as panelas sujas enchem as pias.

Enquanto eu dou duro o dia inteiro
A miserável gasta o meu dinheiro
Com roupas caras e bijuterias.
CEGO AMOR
Amaro Vaz



Veste roupa esporte, coisa leve
Diz que vai visitar a mãe doente.
Vira a esquina e some, de repente
Vai fazer, penso eu, o que não deve.

O dia inteiro cuidei da nossa casa
Lavei roupa, passei e cozinhei.
Os meninos, pra escola eu mandei
E o malandro achando que tem asa:

Foi voar outros beijos, outros braços
Como um galo, ciscar em outro espaço
É por isso que digo: o amor é cego.

Madrugada, manhãzinha, ele chega
Me abraça, me beija, se aconchega
Não resisto... ao safado me entrego.

30 de janeiro de 2009


CARAS E BOCAS
Amaro Vaz



Não quero os meus dizeres envolvidos
Em bocas que não cabem os meus lábios
Nem sempre tem a voz requintes sábios
Por isso eu uso mais os meus ouvidos.

Quem fala o que quer... Está fadado
A ouvir o que não quer o coração.
Porque o verbo entorta a direção
Se a voz emite um som não planejado.

Por causa de uma frase impensada
Perde-se a mãe e perde-se a ninhada
Perde-se trem e perde-se o amigo.

Porque, na estação do imponderável
O preço da passagem é impagável
Se a voz não impõe limites ao que digo.
AMOR EXPLÍCITO
Amaro Vaz


Beija-me a boca e me morde a orelha
Senta em meu colo e diz que é seu posto.
No fundo, eu acho que sou seu tira-gosto
Como um churrasco de carne de ovelha.

Tira-me a roupa e me lambe as costas
Mordisca o ventre e diz que é salgado.
No fundo, eu acho que sou seu guisado
Um peixe frito, que se cortou em postas.


Com a mão naquilo e aquilo na mão
Faz e acontece, me dando a impressão
De que o gozo é uma questão de tempo.

E assim a gente vai brincando a vida
Somos, os dois, apaixonados por comida
E nos comermos, virou um passatempo.


FESTA DE DESPEDIDA
Amaro Vaz


Vestiu, apenas, umas gotas de perfume
O quarto encheu de flores e de velas.
Deixou fechadas todas as janelas
No teto desenhou uns vaga-lumes.

No seu criado-mudo, um cinzeiro
Servindo de apoio, para o incenso.
Com loucas artimanhas e bom-senso
Pintou seu corpo nu no travesseiro.


Na cama espalhou umas almofadas
Deixou todas as fotos espalhadas
Algumas na parede, outras no chão.

A noite inteira, me amou com garra
Fez dengo e festa, uma grande farra
Pra comemorar nossa separação.
VÔO DE UM AMOR IMAGINÁRIO
Amaro Vaz


Tivesse eu um lindo par de asinhas
Como um, simples, pássaro qualquer.
Eu voaria o amor de uma mulher
Na imensidão das poesias minhas.

Eu voaria a tua boca e o teu ventre
As curvas, perigosas, do teu corpo.
Voaria com carinho ao teu porto
A minha mão insana e indecente.


Eu voaria por entre os teus seios
Apenas pra brincar teus devaneios
Nas minhas delirantes sacanagens.

E no final de todas essas ousadias
No meu abraço, feliz, tu dormirias
Para acordar feliz noutras viagens.

29 de janeiro de 2009


CANTIGA PARA I(S) A BELA
Amaro Vaz


Dançou rancores nos bailes da vida
Virou notícias de muitos jornais.
Teve atitudes tão irracionais
Ao ver na morte a melhor saída.

Matou a filha, alma desprovida
De sentimentos sujos e anormais.
Se fez humano entre os animais
Só Deus para explicar dor tão doída.

Matou a filha. Uma menina bela...
Que todos chamam de doce Isabela
Que todos choram a perda desumana.

Para explicar um ato tão selvagem
Vou confessar: A vida é sacanagem
Desde que Deus criou a raça humana.

CANTIGA PARA ISABELA
Amaro Vaz



Não conheceu aquela mão o terço
Jamais brincou de jogar passa-anel.
Vem do inferno, não é fruto do céu
Não teve infância, desconhece o berço.

Daquelas cenas nunca mais me esqueço
Uma boneca fazia o seu papel.
Senti na boca um gosto de fel
Mais vem notícias, mais eu me entristeço.

Como explicar ao mundo essa tragédia?
O ser humano já perdeu a rédea
O mal venceu o bem, triste verdade.

Está faltando amor em nossa mesa
Se a luz da insensatez está acesa
É sinal que não há Deus na humanidade.

CANTEIRO
Amaro Vaz



Em teu canteiro dorme uma semente
Que vai sorrir daqui a nove meses
Que vai chorar, também, algumas vezes
Pintar teu mundo de uma cor diferente.

Se o amor é fruto de um pulsar latente
O teu silêncio se pode escutar.
Num pequeno gesto, num simples olhar
Porque não te prende uma atroz corrente.

Se vês distante essa feliz espera
Lembres que a flor aguarda a primavera
Por nove meses sem se revoltar.

Não te assustes, pois, aguarde o tempo
Da explosão de paz, contentamento
Deus sabe o fruto que irás amamentar.

28 de janeiro de 2009


CANSAÇO
Amaro Vaz


Cansei de jogar pérolas aos porcos
Melhor cuidar de mim enquanto vivo.
Quando se é imprudente, permissivo
Os sonhos nascem certos, morrem tortos.

Deixem que os mortos, cuidem de seus mortos
Está nas escrituras, está no livro.
O pensamento é sempre conclusivo
Melhor entende o mar, quem sabe os portos.

Nem tudo o que consome sentimentos
Tem jeito de afeição, contentamentos
Às vezes é preciso a escuridão.

Para que a luz, que vem do breu das trevas
Não seja como a lata de conservas
Que a fome me obriga a ter na mão.

CANÇÃO DO AMOR AUSENTE
Amaro Vaz



Por que te escondes? Por que te ausentas?

No, exato, instante em que mais necessito
Da tua boca e beijo, pra sufocar o meu grito
E deste fogo eterno, que vem de tuas ventas.


Por que não me permites outras malícias?
Um amor feito de manhas e estrelismos
Que esconde as emoções, onde os cinismos
Desenham em nossas ilusões, novas malícias.


Deixe que voe solto, deixe que eu percorra
O teu corpo, ponta a ponta, só me socorra
Se eu me perder em tua louca estrada.


Por que te escondes? Por que te silencias?
Por que me faz as noites tão vazias?
Por que me deixa só? Me diz amada!...

27 de janeiro de 2009


CANÇÃO DE UM NOVO AMANHÃ
Amaro Vaz


"Quem de nós dois irá dizer que é impossível"
Nada na vida pertence ao acaso.
Venceu a validade. Venceu o prazo!
Um novo sonho agora é imprevisível.

Tudo é permitido. Tudo é possível!
Nenhum mergulho é dado em tanque raso.
Se o riso me alcança com algum atraso
Não ligo, pois sorrir é admissível.

Quem chora a desventura de um amor
Enquanto chora, não vê voltar a cor
No céu que outrora se mostrou cinzento.

Porque a lágrima que lhe cobre a face
Não lhe permite ver que o disfarce
Estava preso ao seu sentimento.

CAMISA DE FORÇA II
Amaro Vaz


Graças a Deus eu sou um homem livre
Não mais me veste aquela roupa branca
Não mais existe a porta, aquela tranca
Eu tive alta do hospício, eu tive.

Deixei pra trás os escuros corredores
Aquelas salas imensas, mal iluminadasJ
anelas de ferro, todas gradeadas
Moscas, baratas, morcegos, roedores.

Deixei pra trás o tempo, pois sabia
Que a consciência, aos poucos, eu teria
Consolidada, plenamente, inteira.

Graças a Deus eu sou um homem livre
Eu tive alta do hospício, eu tive
Porque era um louco, só de brincadeira.

26 de janeiro de 2009


CAMISA DE FORÇA
Amaro Vaz


Hoje eu quero o verso sem a rima
Para empobrecer a alma, enriquecer o tédio
Não, para inventar palavras novas, complicar o verbo.
Eu quero mesmo é falar... Falar... Falar... Falar...
Sem que me entendam, os que me visitam
Porque, a minha casa está, completamente, vazia.
O que eu sou, apenas, a solidão, quis entender
Portanto, não sou alegre e não me faço alegre
Por absoluta falta de talento, de conhecimento.
Quem há de querer ler essas coisas sem cabeça e pés?

Hoje eu quero o verso sem a sina
Para empobrecer o tédio, enriquecer a alma
Não para usar as palavras que conheço, entender o verbo.
Eu quero me calar... Calar... Calar... Calar...
Para que me entendam, os que me visitam
O que eu sou, apenas, a alegria quis entender
Porque, a minha casa está, felizmente, cheia.
Portanto, eu sou alegre e me faço alegre
Por absoluta presença de talento, conhecimento.
Quem há, de querer ler essas coisas da cabeça aos pés?

CAMINHOS E CAMINHANTES
Amaro Vaz


Depois de uma longa caminhada
Se deita no meu colo preguiçosa.
No corpo um agasalho cor-de-rosa
Na mente um só desejo: Ser amada!

Naquele jeito de quem não quer nada
A gente se envolve em longa prosa.
A relação é tensa, perigosa
Eu sou casado, ela é casada.

O amor faz coisas, que até Deus duvida
Depois que estamos nele, a saída
A gente nunca sabe a direção.

Porque ele é como um passarinho
Conhece a rota, que conduz ao ninho
Sem que precise ter os pés no chão.

CADEIRAS VAZIAS
Amaro Vaz



Como uma rês perdida, desgarrada
Estou no mundo sem nenhum abrigo.
Longe do copo, aquele velho amigo
Que escudava a minha madrugada.


A minha vida é feita de saudade
Muitas angústias, plenas penitências.
Não há com quem trocar confidências
Não há como iludir a realidade.


Falta o silêncio, que alguém quebrava
Falta a lágrima, que se derramava
Depois de um copo, sem que houvesse trégua.


Falta a calçada, a mesa, o churrasco
E a esta rês perdida em outro pasto
Falta o grito: Pode passar a régua!

CACHAÇA COM TORRESMO
( Tira-gosto de amores )
Amaro Vaz

Amei estrelas, luas, fortes chuvas
Mulheres ricas, outras desprovidas
Que em meus braços buscavam guaridas
Qual mão que pede, para calçar as luvas.

Amei mentiras, falsas fantasias
Mulheres geniais, outras bandidas.
Nenhuma delas foram esquecidas
Levo-as em mim até o fim dos dias.

O verdadeiro amor é assim mesmo
Como cachaça que vê no torresmo
O complemento, o seu par ideal.

Por isso eu amo de todas as maneiras
Como um menino ama as brincadeiras
Sem medo, leve, solto, natural.

BRINCADEIRAS DE AMAR
Amaro Vaz


Cabe no verso as formas mais eróticas
De se fazer o amor completamente
Cabem aquelas coisas indecentes
Dizem que cabem até coisas robóticas.

Cabe um beijo e cabem mil abraços
Um vai e vem moroso e sem pudor
Cabe de Deus, a grande obra, o amor
Cabem, depois de tudo, os cansaços.

Cabem viagens de mãos atrevidas
Um degustar, que é feito de lambidas
Sob a penumbra da luz semi-apagada.

Cabe um dormir contente e saciado
E antes que o dia seja acordado
Cabe feliz e saliente outra pegada.

BECO SEM SAÍDA
Amaro Vaz



Beijou-me os olhos, me disse bem baixinho
Que me amava, como se eu fosse um deus.
Mostrou-me cartas e os segredos seus
Contou-me, um por um, bem de mansinho.


Naquele instante compreendi em paz
Que o sentimento é uma rua estreita
Se o cupido de longe nos espreita
O que ele nos ordena, a gente sempre faz.


Pela primeira vez em minha vida
Eu me deparei num beco sem saída
Ao ver no peito a flecha do cupido.

Tentei fugir, porém faltou vontade.
De me afastar daquela realidade
O amor já tinha o seu alvo atingido.

AUSÊNCIAS
Amaro Vaz


Faltou-me tempo
Para todos os vôos
Vontade explícita
Para novos caminhos.
Estacionei,
Como quem estanca o sangue
Para preservar a vida.
Vi tardes de chuva
Acompanhei enterros
Senti frio e calor
Em noites não dormidas.
Faltou-me tempo
Para todos os passos
E vontade intrínseca
Para novas chegadas.
Estacionei,
Como quem amarra um burro
Por sabê-lo desobediente.
Vi tardes de outono
Acompanhei procissões
Sem, contudo encontrar
O meu santo protetor.
Faltou-me tempo
Para acreditar em mim
E coragem bastante
Para conversar com Deus.

ATO INSTITUCIONAL 2008
Amaro Vaz


Lembrei-me agora de um Brasil antigo
De um certo ano que nunca terminou.
De Costa e Silva, quem nos governou
Com mão-de-ferro, opressão, castigo.

Lembrei-me do povo forte, destemido
De um sequestro que à prisão levou.
Gabeira, que mais tarde se tornou
Da natureza um defensor e amigo.

Lembrei-me a angustia da nação inteira
Do exército no Pico da Bandeira
Para prender uns poucos militantes.

Lembrei enfim desta terrível história
Para aguçar um pouco a memória
Foi-se a AI 5 vieram os traficantes?

ARTESÃO DOS VERSOS
Amaro Vaz



Abaixo a cerca, o muro, a chave, o cadeado

Façamos pontes, porta sempre aberta
A liberdade é o segredo do poeta
Pra que o verso não se sinta aliciado.


Abaixo a crítica, fim dos comentários
Não pode a regra, vir na contramão
Para que os versos, os frutos da emoção
Não se pareçam sonhos solitários.

Hoje me vejo, contando as letrinhas
Recauchutando algumas palavrinhas
Para que eu me transforme em sonetista.


Porque é dada ao escritor a concessão
De ser do verso um pintor, um artesão
Para que aflore a sua angustia intimista.

AQUIETA-SE
Amaro Vaz


Aquieta-se alma, não se entregue!
À primeira ilusão que lhe acontece.
Acorda deste sonho, pois merece
Um amor que lhe envolva e não lhe negue.

O mar da impaciência não navegue
Que a maré que sobe também desce.
O mal de amar é mal que se parece
Com a falsa emoção que nos persegue.

Amei demais o amor da juventude
Fui fácil, mesmo urbano, eu era rude
Quando assustei sofria feito um louco.

Aquieta-se alma, espere o tempo
De dar ao sonho um contentamento
Que o amor, ainda, é pequeno e pouco.

APRENDIZADO
Amaro Vaz


Trago comigo uma lição de vida
Que me ensinou o meu querido pai:
O mal maior é o que da boca sai!
Dinheiro justo é o que vem da lida!

Fofoca é coisa de mente poluída
Sua presença a maldição atrai!
Quem anda às cegas cedo ou tarde cai
Nas malhas finas de uma louca intriga!

Crescer sabendo o certo e o errado
Não impediu que lá no meu passado
Eu cometesse muitas imprudências.

É que meu pai, que inteligência rara
Deixou que eu quebrasse a minha cara
Para aprender com as experiências.

APRENDIZ DE AMOR
Amaro Vaz


Infelizmente amor, infelizmente
O fim venceu a guerra, lá vou eu...
Cuidar do sentimento que é só meu
Cuidar melhor de mim daqui pra frente.

Infelizmente amor, infelizmente
A gente nunca se deu o real valor
A gente nunca ouviu um inteiro amor
Gritar dentro nós: Estou presente...

Infelizmente, eu sei, deu tudo errado
Porém não ligo, já estou acostumado
Com a ausência, com o vazio, a solidão.

Infelizmente, eu vou por outros caminhos
Sonhar com flores e lidar com espinhos
Quem sabe um dia, eu aprenda a lição.

APRENDIZ DA VIDA
Amaro Vaz


Cada um vive a vida que merece
Não colhe brisa, quem semeia tempestade.
É preciso aprender na tenra idade
Que o sucesso não é tudo o que parece.

Seja simples, não ultrapasse o teu jardim
O quintal do vizinho é mais florido
Quando a gente perde o sexto sentido
E se deixa conduzir rumo ao fim.

Nada mais perigosa que a visão
Que acredita na insensata ilusão
De que pode invadir a vida alheia.

Viva, apenas, a vida que te cabe
O futuro é uma armadilha, que se abre
Como faz a vil aranha numa teia.

AMOR SEM LIMITES
Amaro Vaz


Foi decretado o fim do baixo astral
Pra que a alegria crescesse livremente.
Para que a vida tivesse tão somente
O riso farto, o riso natural.

Foi decretado o fim do mau-humor
Cansou a vida, de se sentir doente.
Fez-se necessário, era, também, urgente
Que decretassem o fim do rancor.

Foi decretado o fim da ira, do tédio
E para o ódio, foi prescrito um remédio.
Que deve ser ingerido livremente:

Gotículas de paz, sabedoria
Uma gargalhada ao fim de cada dia
O amor sem limites, uma paixão ardente.

AMOR QUE MENTE
Amaro Vaz


Amor que mente, é amor que não sente
O peso da emoção em suas costas.
É cheio de idéias e propostas
Porém é ágil como uma serpente.

Vive inventando uma mentira nova
Para fazer valer velhas mentiras.
É um amor que é feito de tiras
E cava lento sua própria cova.

Ele é cruel. Ele é tão imprudente!
Tão delinquente, tão inconsequente
Que faz a guerra, semeando a paz..

Se o teu amor é um amor assim
Prefiro a solidão, que vive em mim
A ter que ter sempre os dois pés atrás.