19 de fevereiro de 2009


CRENDICES
Amaro Vaz


Da vez primeira que a poesia aflorou
Pensei comigo: Devo estar doente!
De tanto ouvir dizer, poeta e gente
Num mesmo barco Deus não colocou.

Mesmo descrente de tais heresias
Ainda assim eu relutei bastante.
Deixe palavras soltas numa estante
Fugi... Abandonei tais ousadias!

Eu fui medroso. Hoje eu reconheço!
Pelo silêncio, paguei um alto preço
Perdi textos inteiros e sonetos.

Perdi palavras, muitas coisas minhas
Até descobrir, que eram ladainhas
Essas crendices do tempo dos guetos.

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