19 de março de 2009

FACA AFIADA
Amaro Vaz


Cravou-me uma faca em pleno peito
Feriu profundo o meu coração.
Bateu com força na recordação
Falou-me que eu não tinha o direito.


De impedir que crescesse perfeito
No ventre, o fruto de uma união.
A insensatez mudou a direção
Agora é tarde, já não tem mais jeito.


Como fazer para mudar a história?
Como apagar as sombras da memória?
Me poupe dessa dor tão violenta.


Não quero mais viver constantemente
Preso ao passado, preso à semente
Que dói, machuca, fere, atormenta.

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