31 de março de 2009


FERRÃO DE ABELHA

Amaro Vaz


Prefiro o sofrimento mais profundo
A ter que estar em suas algazarras.
Não quero ser motivo dessas farras
Que enfeitam o seu triste submundo.


Quero cuidar do meu próprio jardim
Colher a flor, que eu mesmo semeei.
Ter a certeza, de que não mais verei
Sua tatuagem impregnada em mim.


Cansei de ser um ator coadjuvante
O seu laranja, a escada rolante
Vou representar agora outro papel.


Pode esquecer essas velhas picuinhas
Numa colméia com duas rainhas
As operárias não voam um doce mel.

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