31 de março de 2009


FINADOS
Amaro Vaz


Copos-de-leite enfeitam os corredores
Velas acesas, choram uma saudade.
Por que o homem tem a necessidade
De dedicar um dia às suas dores?


Por que a morte tanto lhe angustia?
Por que a morte tanto lhe amedronta?
Por que a mala ele não deixa pronta
Já que a viagem acontecerá um dia?


Chorou a vida e hoje chora a morte
Ao pobre homem não é dada a sorte
De conhecer, da morte, os seus mistérios.


Por isso vem chorar todos os anos
Suas angústias, os seus desenganos
Nas capelinhas de muitos cemitérios.

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