30 de janeiro de 2009

AMOR EXPLÍCITO
Amaro Vaz


Beija-me a boca e me morde a orelha
Senta em meu colo e diz que é seu posto.
No fundo, eu acho que sou seu tira-gosto
Como um churrasco de carne de ovelha.

Tira-me a roupa e me lambe as costas
Mordisca o ventre e diz que é salgado.
No fundo, eu acho que sou seu guisado
Um peixe frito, que se cortou em postas.


Com a mão naquilo e aquilo na mão
Faz e acontece, me dando a impressão
De que o gozo é uma questão de tempo.

E assim a gente vai brincando a vida
Somos, os dois, apaixonados por comida
E nos comermos, virou um passatempo.

Um comentário:

  1. Eia nóis! Que esse chamego é bom!
    Que jeito gostoso de escrever, meu amigo querido!
    QUe talendo pra expressar sentimento e que verdade, ao expressá-los!
    Tenho muito o que aprender com vc, dessa coisa de fazer poesia, viu????

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